quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Elvis 1960 - 1963



Geralmente quem conhece um pouco que seja sobre Elvis Presley, vai quase sempre associar ele a rebeldia juvenil dos anos 50. Bem, esta é apenas uma face da verdade sobre o maior mito da música, hoje gostaria de explorar um pouco mais sobre outro Elvis, o Elvis que de certa forma, em minha opinião de fã, eternizou o Elvis Rebelde dos anos 50, estou falando do Elvis bom-moço, o Elvis que voltou em 1960 após dois anos de exército.
            Vamos aos fatos reais, primeiramente sabe-se, sem ilusões, de que Elvis foi para o exército americano em 1958, como parte de uma grande jogada de marketing, de seu empresário o raposão Coronel Parker, que queria exatamente isto, construir a imagem de um Elvis patriota, o perfeito americano, um artista que iria entreter a família e não apenas a juventude. Para que esta mudança ocorresse, seriam necessárias medidas, medidas estas que não viam apenas de Parker não, principalmente no que diz respeito a música que Presley começou a produzir no seu retorno do exército. O Rock mais cru e selvagem dos anos 50 deu espaço para um som mais dançante e mais leve, leve no sentido da mudança de timbre das guitarras usadas a partir de março de 1960, no acréscimo do sax a banda, além da presença de agora duas guitarras, uma rítmica mais grave, e outra mais aguda que geralmente se ocupava dos solos. Esta experiência com duas guitarras já havia ocorrido na sua última sessão nos anos 50 a sessão de junho de 1958, em Nashville, aliás a Cidade da música como é conhecida Nashville nos EUA, tem muito a ver com esta mudança também, Chet Atkins, excelente guitarrista era um dos responsáveis pelos arranjos de muitos artistas que gravavam em Nashville por fim dos anos 50, épica em que Elvis estava temporariamente “aposentado”, Atkins, sempre trabalhou como auxiliar de Steve Sholes, que era o produtor de Elvis na época, e ambos juntamente com o rei, aproximaram o som do chamado “Nashville Sound”, do qual Atkins era um dos mentores, que na época dominava a música feita no sul dos EUA, era um som mais leve e dançante, com mais instrumentos e vocalização mais marcante, Elvis aliou isto as suas raízes de R&B, e assim foi concebido todo o panorama deste novo som.
            Quando o assunto era Hollywood, Elvis seguia basicamente a mesma receita, salvo exceções como Blue Hawaii e G.I. Blues por exemplo, que exigiam canções com arranjos peculiares atrelados não apenas aos roteiros dos respectivos filmes como exigiam arranjos que por vezes refletissem a cenário, como o Hawaii,  ou o tema de cada filme, como canções com motivos militares e alemães no caso de G.I. Blues,e mesmo nestas condições Elvis seguia basicamente a mesma receita já que em Hollywood, ele não tinha Atkins e Sholes, cada trilha tinha seu próprio diretor musical, embora fosse Elvis quem comandasse tudo nos Estúdios de Thorn Nogar, a Radio Records, onde todas as trilhas deste período foram gravadas exceto Follow That Dream que foi registrada de forma rara em Nashville.
            Outra mudança no quesito música, vinha de uma questão fisiológica Elvis contava agora com 25 anos, e uma voz que só iria ficar mais e mais aveludada principalmente neste período de gravações entre 1960 e maio de 1963, e a curta porém significativa sessão de janeiro de 1964, período que encerra as sessões de Nashville, uma vez que de Viva lãs Vegas em diante Presley se dedicaria quase que exclusivamente as trilhas só voltando a cidade da música de fato em 1966 mas este é outro assunto, já que a “crise” desta fase começaria com a aparição dos Beatles em 1964, sendo que este também é outro assunto interessante e merece posterior apreciação em momento apropriado.
            O Elvis que voltou do exército estava diferente mais magro, loiro novamente e com um topete gigante, esta imagem porém duraria pouco, logo ele já estaria novamente em Hollywood e cortaria o cabelo voltaria a tingir ele de preto, e por falar em Hollywood La também seria o foco principal da mudança de atitude de Presley, agora seus filmes seriam quase que exclusivamente comédias açucaradas e leves e com cenários paradisíacos especialmente após o sucesso de Blue Hawaii em 1961, que sepultou qualquer chance de Presley tornar-se uma ator sério, já que após dois filmes de qualidade razoável e dramaticidade idem, “Flaming Star” e “Wild in The Country”, as bilheterias ditaram as ordens, Presley como um ótimo empregado da indústria do entretenimento, teria que seguir o que seus fãs da época queriam que era filmes e músicas leves....bem isto encheu os bolsos do astro de dólares mas foi a gênese de uma grave crise artística que só iria dar frutos por volta de 1965, mas este também é outro assunto.
Voltemos aos fatos, este novo Elvis, tinha muitos aspectos interessantes, sempre li na literatura sobre o rei, críticas a este período, que na minha opinião, é incrível, o período foi caracterizado por lançamentos de dois álbuns ano, sendo um trilha de algum filme mais divulgado na época e outro gravado por ele em Nashville que nada tinha de filme, o curioso é que entre 1960-62, os álbuns trilha vendiam mais que o dobro dos não trilha mostrando a RCA e a Parker o caminho que deveria ser seguido após 1962.
Bem, além disto, Elvis estava em seu período mais Mauricinho de todos, especialmente após Follow That Dream filmado em 1961 e lançado em 1962, Elvis agora usava brilhantina nos cabelos mais curtos e bem aparados em 1963 ele começaria com o  Fixador de cabelo sem brilho molhado.
O período foi marcado também por muito sucesso, na parada de singles, grandes Hits de sua carreira vieram do período, como “Its Now Or Never”, “Are You Lonesome Tonight”, “His Latest Flame”, “Cant’ Help Falling in Love”, “Return To Sender” “Devil In Desguise”.
Agora retorno ao inicio para defender meu ponto de vista. Por que razões este novo Elvis engomadinho, e polido ajudaria a eternizar o Elvis Rebelde de alguns anos antes?? Bem Parker foi esperto ao ampliar o público do rei, ao deixar os adolescentes rebeldes, que logo logo seriam pais, Elvis ampliou o público não apenas para os adolescentes mas também para os pais destes que agora tinham um astro comportado para os filhos idolatrarem, sendo que estes mesmos pais poderiam agora também ver valor neste mesmo artista. As crianças também começaram a gostar do rei, que agora fazia filmes em que elas apareciam mais, vira e mexe Presley cantava alguma canção, para elas, e até mesmo teve co-stars infantis nesta época, como a Su-Lin de “It happened at the world’s fair”, ou o Raoul de “Fun In Acapulco”,  ou seja aqui Elvis começou a moldar o seu futuro que perdura até hoje, o de símbolo americano um artista que transcendeu seu tempo, durante o seu tempo, já se perguntaram o que aconteceria se Elvis seguisse rebelde como nos anos 50?? O que seria dele nesta época de 1960?? Provavelmente ele viveria de revivals como Chuck Berry por exemplo, sendo que aqui em sua primeira reinvenção, ele foi além inclusive do rock, o novo Elvis não cantava apenas rock, ele cantava de tudo, de rock à baladas açucaradas com uma voz de ouro, canções com pegada latina, e traduções para o inglês de óperas italianas,  é bem verdade que esta fase teria sua crise mas nada que ele não pudesse driblar e novamente se reinventar, aqui esta a gênese de toda a durabilidade da carreira dele, aqui esta a primeira reinvenção de Elvis Presley,  que deixou de ser um ídolo rebelde para começar a se tornar um ídolo mais requintado e focado aqui neste período no cinema, ajudando a eternizar sua imagem como um artista profissional e completo, cuja carreira dura até os dias de hoje conquistando novos fãs como este que vos fala, que aliás ama de paixão este período do eterno rei do rock!
Texto Daniel Tessari

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Para Elvis - Por Gê Bouvier



"Como queria ter nascido na sua época, de poder te esperar no portão de Graceland e poder te dizer que, não consigo evitar de me apaixonar por você, quem sabe você poderia me dar um autógrafo e tirar uma foto comigo. Eu te pediria para não ser cruel e me deixasse ficar mais um pouco, sem dúvidas quando você me abraçasse eu ia ficar toda arrepiada! Talvez você ficasse assustado mas eu te diria para não ligar apenas seria meu jeito por ficar tão perto de você. Quem sabe você estivesse com os seus sapatos de camurça azul, e até dançaríamos um pouco mas se não fosse possível, ah, baby eu não ligo! Pois este dia sem dúvidas este seria um, dia feliz! Te convenceria que, você esteve sempre em meu pensamento e talvez eu soubesse mais sobre você do que você mesmo rs. Quem sabe eu te raptasse e nós iríamos até Vegas no Lisa Marie cantando Viva Las Vegas, para comer uns sandubas. No caminho nos meteríamos em problemas, mas com seus golpes de karatê iria nos tirar dessa daríamos boas risadas e sairia tudo bem, no final do dia eu saberia que acabou afinal, somos de mundos diferentes tínhamos que tomar caminhos separados.  Mas antes que eu fosse você diria beije-me logo, seria um momento inesquecível um amor ardente marcado para sempre em mim. Mas se eu puder sonhar eu vou continuar sonhando com você e revivendo tudo isso novamente, mesmo que nada disso seja real. Escrevo minhas memórias para você e pensando em você, meu garoto, que amo tanto!"
- Gê Bouvier