Elvis não
morreu.
Essa postagem foi originalmente
publicada em março de 2013 lá no Blog do Baratta, onde atingiu a marca até hoje
de 1606 visualizações. Essa frase já foi dita mais de um milhão de vezes. Há
quem acredite que ele realmente não morreu e está escondido em Graceland.
Provas de que o rei do rock não morreu existem aos montes. Cheque que ele
assinou após a data de sua morte, foto em que uma sombra de alguém atrás da
janela, parecia muito com Elvis. A verdade é que muitas pessoas se lembram do
dia de sua morte e quase nunca do dia em que ele nasceu, 08 de janeiro de 1935.
O rei do
rock, o pai do rock, são tantos os títulos mas assim como Roberto Carlos, Elvis
nunca usou uma coroa em sua cabeça. O ex-chofer da empresa Crown Eletric
(companhia de energia elétrica local).
A
primeira lembrança que tenho de Elvis é o disco Elvis Today de 1975, junto com
mais dois discos: o Welcome to My World (coletânea de março de 1977) e o Elvis
By Request (Specially For Brazil). . Certo dia, ladrões entraram em casa
e levaram algumas coisas, alguns discos, os do Elvis foram no meio, junto com
alguns do Roberto Carlos, mas tudo bem, comprei quase tudo de novo.
O disco Today é de 1975 e não
traz os rocks iguais os da década de 50, nem as canções feitas para as trilhas
sonoras de seus 33 filmes, nem gravações ao vivo. O disco foi gravado nos
estúdios RCA em Hollywood. O disco traz rock, country, canções de amor. Elvis
vivia um momento em que sua gravadora a RCA já reclamava da quantidade de
material ao vivo.
1.
"T-R-O-U-B-L-E" (Jerry Chesnut)
Bem diferente da Trouble
conhecida do filme King Creole, mas não deixa de ser um rock envolvente e bem
ao estilo Elvis anos 70. Piano martelando as notas, bateria com Mr. Ronnie Tutt
destruindo tudo, baixo muito bem marcado, guitarras impecáveis e no final,
Elvis subindo a voz uma oitava acima mostrando a todos porque sempre seria e é
lembrado o rei do rock.
2.
"And I Love You So" (Don McLean)
O romantismo dá as caras nessa
canção. Violões, bateria, coral de fundo... Há quem diga que nesse momento
Elvis está cantando pensando em Priscila, seu maior amor. Não duvido muito,
pois escutamos Elvis aqui com um grande sentimento ao cantar. A interpretação
dele é impecável. Dessa música existe uma versão ao vivo no disco póstumo Elvis
In Concert. Elvis na gravação disse a namorada da época Sheila Ryan: “Agora vou
cantar para você, garota”.
3.
"Susan When She Tried" – (Don Reid)
Uma das melhores definições que
eu já li sobre Elvis nos anos 70 li no livro Elvis Presley – Vamos Dar Uma
Festa do Ayrton Mugnaini Junior da Editora Nova Sampa 1993. “Bem disse o
amigo e biógrafo Jerry Hopkins: Nos anos 50 Elvis desafiou o sistema; nos anos
60 Elvis foi cooptado pelo sistema; nos anos 70 Elvis era o sistema.”
Depois de um rock, uma balada o disco dá espaço para o country. Muito diferente
dos countries que se escuta hoje em dia. O country com Elvis é country pra
nenhum cowboy colocar defeito. Aliás, o disco ainda contará com mais algumas
canções no mesmo estilo. A canção fala que nada é melhor de (Quando a Susan
Tentou) seria um comparativo das amantes na vida do autor da canção. Que
pegando Elvis como exemplo, mulher ele tinha pra escolher mesmo, rs.
- Woman
Without Love – (Jerry Chesnut)
Um homem sem amor é somente a
metade de um homem. Mas uma mulher não é absolutamente nada. Forte não? Esse é
o refrão da canção que fala de uma mulher despida de seu orgulho, que tenta
esconder, porém na hora de dormir vem o chôro por não ter um amor. A canção tem
uma subida de tom o que dá uma atmosfera toda especial na música.
- "Shake
A Hand" – (Joe Morris)
Seria essa canção em ritmo de
blues? Eu classificaria como um blues sim. A canção fala de estar junto com a
pessoa, para todo tipo de situação. (Eu vou ficar perto de você, eu vou cuidar
de tudo, deixe me saber e eu estarei lá). Os metais arrebentam no refrão.
Lado B
- "Pieces
Of My Life" (Troy Seals)
Elvis aqui está com um copo de
whisky. Pelo menos na letra da música, pois Elvis não bebia. Mas aqui ele está
com um copo cheio de whisky conversando com Deus. Sim, Elvis conversando com
Deus. Ele diz estar olhando para o passado, as coisas que ele viu e fez é
difícil de contar. Mas ele não está se confessando, ele está tentando achar os
pedaços de sua vida. E o pedaço que ele mais sente falta, Ele, o Senhor, sabe
quem é. Após a gravação desta canção, o eterno Beach Boy Brian Wilson entrou no
estúdio, pois estava gravando em um outro estúdio ali perto.
- "Fairytale"
– (Bonnie Pointer / Anita Pointer)
Country em alto astral narrando
uma partida em mais alto astral ainda. É uma conversa (ali com a mão na
maçaneta) com a pessoa amada. Dizendo que foi um erro estar lá (sabe se lá
quantos anos), mas as palavras (Você me usou, você me enganou, é melhor que eu
saia por essa porta, eu acho que estou melhor sozinho do que com você), vixe,
issae. Dá boi pra elas não rei.
- “I
Can Help” (Billy Swan)
A Super Herói (Canção de Roberto
Carlos) do Elvis The Pelvis. Elvis diz que está ali pra tudo, tudo mesmo.
Inclusive se a criança da moça precisar de um pai, ele estará lá. Eu posso
ajudar, outra parte diz que (quando vou dormir, você é sempre parte do meu
sonho). Em alguns temas vemos a semelhança de alguns temas e de tipos de
abordagem com o Roberto Carlos. Coisa de rei. Billy Swan o autor da música era
amigo de Felton Jarvis, o produtor. Reza a lenda que Felton deu a Billy as
meias de Elvis usadas na gravação.
- "Bringin'
It Back" – (Greg Gordon)
Uma das canções que eu mais gosto
do disco que eu mais gosto. (Se eu não puder mais vê-la, se eu não puder mais
tocá-la) a letra fala de um amor que já não está mais com a gente. Acontece
muito.
- “Green
Green Grass of Home” – (Curly Putman)
A volta pra casa ao descer do
trem, tudo está como antes. A velha casa está de pé, Mary vem descendo a rua. A
velha árvore de carvalho, onde (eu) costumava brincar. A canção foi gravada por
uma penca de gente. De Tom Jones a Joan Baez passando por Jerry Lee Lewis e
Johnny Cash. Ouvi todas, mas prefiro a versão do rei. A versão que impressionou
Elvis foi a de Tom Jones.
Elvis
Presley - lead vocals
James Burton - guitar
David Briggs - keyboards
Buddy Spicher - fiddle
Chip Young - guitar
Millie Kirkham - background vocals
Johnny Christopher - guitar
Weldon Myrick - steel guitar
Norbert Putnam - bass
Mike Leech - bass
Mary Holladay - background vocals
Tony Brown - keyboards
Ginger Holladay - background vocals
Duke Bardwell - bass
Ronnie Tutt - drums
Charlie Hodge - guitar, harmony vocals
Glen Hardin - keyboards
Jimmy Gordon - keyboards
Lea Berinati - background vocals
Considerações Finais
Today é um disco oficial, não se
trata de uma coletânea, ou seja, Elvis realmente entrou em estúdio para
gravá-lo. O disco é de 1975 e impressiona pela qualidade de som. Infelizmente,
somente quem tiver a edição em vinil poderá sentir isso. Isso me faz imaginar
uma edição em vinil japonês, visto que as edições japonesas são as melhores tanto
na parte gráfica quanto na parte sonora. Boa parte dos músicos que participam
no disco são membros da TCB Band, banda que acompanhava Elvis em seus shows.
Pra finalizar algumas fotos minhas.
Uma perto da jumpsuit que Elvis usa na capa do disco, a foto deve ser da época
de 1973, ou 74. As foto foram tiradas na Elvis Experience em 2012 em SP. As outras mostram bem os detalhes das pedras da roupa, o desenho formado pela distribuição das pedras. Outra coisa que é importante ressaltar, é que as jumpsuits só ficam espetaculares quando usadas por Elvis. Qualquer pessoa que se veste com uma jumpsuit, não chega nem perto do que Elvis era, jamais chegará. Na última
foto sou eu ouvindo o Elvis Today, em vinil, é claro.
Baratta