sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Elvis sings The Wonderful World of Christmas - 1971





Lado 1
O come, All Ye Faithful *
The first Noel*
On a Snowy Christmas Night*
Winter Wonderland
The Wonderful World of Christmas*
It Won´t Seem Like Christmas

Lado 2
I´ll Be Home on Christmas Day*
If I Get Home on Christmas Day*
Holly Leaves and Christmas Trees*
Merry Christmas Baby
Silver Bells*

* com The Imperials Quartet

Como é do conhecimento de todos, Elvis gostava do natal. Em sua homenagem, Graceland, o eterno palácio real, na época de natal recebe uma decoração especial com luzes, troca de cortinas, árvore de natal dentro... é indescritível, quando a gente vê as fotos a gente se sente lá.
O disco abre com O come, All Ye Faithful, que também é conhecida como Adeste Fideles ou Ó Vinde Adoremos. O disco foi gravado das sessões de 15 e 16 de maio no ano de 1971 no estúdio B da RCA. E se um dos objetivos era gravar o álbum natalino, Felton Jarvis não mediria esforços para motivar Elvis para isso. Foi colocada então uma árvore de natal com embrulhos de presentes, porém vazios, tudo para entrar no clima. E Elvis entrou no clima de natal: Levou presentes para todos no estúdio, braceletes de ouro com a inscrição Elvis 71´.  O disco é repleto de canções tradicionais natalinas, como a “First Noel”. Elvis está inspirado nas sessões que duraram dois dias. Porém Elvis era 8 ou 80. Na mesma medida em que se animava, um telefonema ou uma música que não gostasse o desanimava e o desconcentrava acabando por fim fazendo Elvis perder o interesse completamente. Assim foi com “Winter Wonderland”, que depois de algumas tomadas, Elvis acabou confessando que não gostava da canção, mas nada que comprometa sua belíssima interpretação. O lado 2 abre com “I´ll Be Home on Christmas Day” e na sequência “If I Get Home on Christmas Day”.
“Holly Leaves and Christmas Trees” música do (amigo) desde moleque Red West, aliás, esse é o momento em que Red volta a cena depois de sumir uns anos antes (magoado) por não ter sido convidado para o casamento de Elvis.
Na sequência o explosivo, descontraído e espontâneo blues “Merry Christmas Baby” bem clima de Jam session. Elvis gostava de trabalhar assim, quando se animava todo mundo embarcava junto.
O disco fecha com uma versão bem trabalhada de “Silver Bells”.
Elvis sings The Wonderful World of Christmas é um disco para colocar na noite de natal. Se algum parente vier com aquele maldito:  “Ah, lá vem ele com Elvis de novo...” não dê atenção. Finja que não ouviu, vai até o aparelho de som e aumenta o volume.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Speedway (Trilha Sonora) 1968



Speedway foi o último álbum trilha Sonora lançado por Elvis Presley, ele chegou as lojas  em junho de 1968, atingiu a posição de número 82 no TOP 200 da Billboard, uma das piores colocações de um álbum oficial dele, e na época vendeu menos de 200.000 cópias ou seja comercialmente foi um fracasso. Apesar de tudo a trilha tem bons momentos, uma vez mais temos Elvis em um papel repetitivo, um piloto da categoria NASCAR desta vez, com problemas com o fisco americano. Destaque são as presenças de Nancy Sintara, que canta um dueto com ele e uma canção individual no disco, fato único na carreira de Elvis, e Bill Bixby que já atuara com ele no anterior Clambake.
O disco começa com a canção tema Speedway(Glazer/Schalks), é uma típica canção de Hollywood, uma letra presa ao roteiro do filme, com menções as sensações de um piloto típico de um filme do rei, apesar deste fato é uma canção animada e com um bom ritmo, gravada em junho de 1967, na United Records em Hollywood
There Ain’t Nothing Like A Song(Byers/Johnston), este é um belo rock, utilizado na bela cena final, em termos plásticos, e gravada em dueto entre Elvis e Nancy, ficou um belo resultado uma letra otimista da o tom, da canção um acelerado momento sem dúvidas!!! Também gravada em junho de 1967 em Hollywood, United Records.  
Your Time Hasn’t Come Yet Baby(Hisrchhorn/Kascha), esta tem uma letra atada ao roteiro, com um clima infantil, não chega a incomodar, como Confidence de Clambake por exemplo,  mas também não empolga o suficiente, típica canção hollywoodiana, foi lançada em single com Let Yourself Go e chegou ao numero 72 da billboard. 
Who Are You(Who Am I?) (Wayne/Weisman) esta é um belo flerte com a bossa nova, tem um clima bem interessante com um belo arranjo de violões e sax, e uma letra muito bonita e romântica com certeza uma das melhores da trilha.  
He’s Your Uncle Not Your Dad(Wayne /Weisman) bem aqui esta o que considero a pior canção dele de todos os tempos, com certeza os filmes de Elvis sempre traziam em sua trilha uma canção ruim e constrangedora, e esta é a campeãs nesta abordagem, além da cena bizarra e deprimente, não tem muito o que falar ouça e assita e tire suas conclusões sobre esta obra prima trash. 
Let Yourself Go (Byers), felizmente aqui temos um momento incrível, a canção mais exy que ele gravou, a cena em que é cantada é uma das mais legais dele no cinema, e a canção é ótima com um bom arranjo bem rock and roll, definitivamente esta vale todo o disco, lançada em single chegou ao numero 71 da billboard. 
Five Sleepy Heads(Tepper/Bennet), mais uma canção infantil, que não foi usada no filme, mas apesar de tudo não incomoda, não creditado o uso de Acalanto de Brahms, como música incidental. 
Western Union(Tepper/Bennet), aqui temos a primeira canção bônus do álbum, estas canções eram canções gravadas por Elvis que não tinham relação com o filme e vinham como “brinde”, bem esta apesar de muito boa,tem um belo duelo vocal entre Elvis e os Jordanaires, e um ótimo arranjo de guitarras e afins,  aqui esta bem fora de contexto, uma vez que foi gravada em maio de 1963 em Nashville. 
Mine(Tepper/Bennet), outra bela canção totalmente fora de contexto, gravada em Nashville em setembro de 1967, uma bela balada romântica com arranjo simples mas um bela interpretação por parte do Rei.  
Going Home(Byers), esta é incrível gravada em janeiro de 1968, em Nashville quase foi usada na abertura de outro filme, Stay Away Joe, mas perdeu a batalha para Stay Away, certamente é uma bela canção com uma boa letra e um bom ritmo flertando com a country music, bom momento. 
Suppose(Dee/Goehring), esta tem uma bela história ela foi conhecida por Elvis nas demos de Easy Come Easy Go, filme de 1966, ele não quis gravar ela naquela sessão levou ela para casa e gravou uma versão caseira ainda em 1966 em graceland. Esta gravação sofreu overdubs por parte de Felton Jarvis  em Nashville em março de 1967 esta versão só sairia em 1993 no Box From Nashville To Memphis, quando das sessões de Speedway Elvis finalmente a gravou, em duas versões a longa onde ele repete duas vezes o mesmo inetrlúdio, e a mais curta onde o interlúdio aparece apenas uma vez esta ultima foi a escolhida para o lançamento do disco. É uma bela canção com um belo arranjo de piano, e apesar da letra muito triste é sempre muito boa de se ouvir, não aprece no filme e a exemplo de toda a trilha foi gravada em junho de 1967 em Hollywood na United Records. 
Your Groovy Self(Lee Hazelwood), esta é a canção que foi gravada por Nancy Sinatra, bem ela segue o típico arranjo das canções dela com Lee Hazelwood, os dois já tinham uma parceria de sucesso especialmente pelo hit These Boots Are Made For Walkin, em 1966, na época com certeza a aparição dela da Nancy Sinatra,  no disco foi para tentar dar um up nas vendas do rei que andavam em declínio crescente mas o resultado apesar de bem legal musicalmente falando, não salvou o disco do naufrágio comercial.
Como de costume temos um Elvis em Hollywood, boas canções em meio a canções fracas, Speedway foi a última trilha gravada por ele que ainda visava um álbum para lançamento, com o fracasso desta as trilhas mostraram que seu tempo de sucesso havia acabado e que o rei precisava urgente se renovar. De qualquer forma é sempre muito bom entrar em contato com a obra de Presley, e aqui temos um momento interessante de transição na carreira dele que vale a pena ser conferido de perto!!
Texto de Daniel Tessari

domingo, 1 de dezembro de 2013

ELVIS TODAY - DISCO DE 1975







Elvis não morreu.

Essa postagem foi originalmente publicada em março de 2013 lá no Blog do Baratta, onde atingiu a marca até hoje de 1606 visualizações. Essa frase já foi dita mais de um milhão de vezes. Há quem acredite que ele realmente não morreu e está escondido em Graceland. Provas de que o rei do rock não morreu existem aos montes. Cheque que ele assinou após a data de sua morte, foto em que uma sombra de alguém atrás da janela, parecia muito com Elvis. A verdade é que muitas pessoas se lembram do dia de sua morte e quase nunca do dia em que ele nasceu, 08 de janeiro de 1935.
O rei do rock, o pai do rock, são tantos os títulos mas assim como Roberto Carlos, Elvis nunca usou uma coroa em sua cabeça. O ex-chofer da empresa Crown Eletric (companhia de energia elétrica local).
A primeira lembrança que tenho de Elvis é o disco Elvis Today de 1975, junto com mais dois discos: o Welcome to My World (coletânea de março de 1977) e o Elvis By Request (Specially For Brazil). . Certo dia, ladrões entraram em casa e levaram algumas coisas, alguns discos, os do Elvis foram no meio, junto com alguns do Roberto Carlos, mas tudo bem, comprei quase tudo de novo.
O disco Today é de 1975 e não traz os rocks iguais os da década de 50, nem as canções feitas para as trilhas sonoras de seus 33 filmes, nem gravações ao vivo. O disco foi gravado nos estúdios RCA em Hollywood. O disco traz rock, country, canções de amor. Elvis vivia um momento em que sua gravadora a RCA já reclamava da quantidade de material ao vivo.

1.   "T-R-O-U-B-L-E" (Jerry Chesnut)

Bem diferente da Trouble conhecida do filme King Creole, mas não deixa de ser um rock envolvente e bem ao estilo Elvis anos 70. Piano martelando as notas, bateria com Mr. Ronnie Tutt destruindo tudo, baixo muito bem marcado, guitarras impecáveis e no final, Elvis subindo a voz uma oitava acima mostrando a todos porque sempre seria e é lembrado o rei do rock.

2.   "And I Love You So"  (Don McLean)  

O romantismo dá as caras nessa canção. Violões, bateria, coral de fundo... Há quem diga que nesse momento Elvis está cantando pensando em Priscila, seu maior amor. Não duvido muito, pois escutamos Elvis aqui com um grande sentimento ao cantar. A interpretação dele é impecável. Dessa música existe uma versão ao vivo no disco póstumo Elvis In Concert. Elvis na gravação disse a namorada da época Sheila Ryan: “Agora vou cantar para você, garota”.



3.   "Susan When She Tried" – (Don Reid)

Uma das melhores definições que eu já li sobre Elvis nos anos 70 li no livro Elvis Presley – Vamos Dar Uma Festa do Ayrton Mugnaini Junior da Editora Nova Sampa 1993. “Bem disse o amigo e biógrafo Jerry Hopkins: Nos anos 50 Elvis desafiou o sistema; nos anos 60 Elvis foi cooptado pelo sistema; nos anos 70 Elvis era o sistema.” Depois de um rock, uma balada o disco dá espaço para o country. Muito diferente dos countries que se escuta hoje em dia. O country com Elvis é country pra nenhum cowboy colocar defeito. Aliás, o disco ainda contará com mais algumas canções no mesmo estilo. A canção fala que nada é melhor de (Quando a Susan Tentou) seria um comparativo das amantes na vida do autor da canção. Que pegando Elvis como exemplo, mulher ele tinha pra escolher mesmo, rs.

  1. Woman Without Love – (Jerry Chesnut)

Um homem sem amor é somente a metade de um homem. Mas uma mulher não é absolutamente nada. Forte não? Esse é o refrão da canção que fala de uma mulher despida de seu orgulho, que tenta esconder, porém na hora de dormir vem o chôro por não ter um amor. A canção tem uma subida de tom o que dá uma atmosfera toda especial na música.  

  1. "Shake A Hand" – (Joe Morris)

Seria essa canção em ritmo de blues? Eu classificaria como um blues sim. A canção fala de estar junto com a pessoa, para todo tipo de situação. (Eu vou ficar perto de você, eu vou cuidar de tudo, deixe me saber e eu estarei lá). Os metais arrebentam no refrão.



Lado B

  1. "Pieces Of My Life" (Troy Seals)

Elvis aqui está com um copo de whisky. Pelo menos na letra da música, pois Elvis não bebia. Mas aqui ele está com um copo cheio de whisky conversando com Deus. Sim, Elvis conversando com Deus. Ele diz estar olhando para o passado, as coisas que ele viu e fez é difícil de contar. Mas ele não está se confessando, ele está tentando achar os pedaços de sua vida. E o pedaço que ele mais sente falta, Ele, o Senhor, sabe quem é. Após a gravação desta canção, o eterno Beach Boy Brian Wilson entrou no estúdio, pois estava gravando em um outro estúdio ali perto.

  1. "Fairytale" – (Bonnie Pointer / Anita Pointer)

Country em alto astral narrando uma partida em mais alto astral ainda. É uma conversa (ali com a mão na maçaneta) com a pessoa amada. Dizendo que foi um erro estar lá (sabe se lá quantos anos), mas as palavras (Você me usou, você me enganou, é melhor que eu saia por essa porta, eu acho que estou melhor sozinho do que com você), vixe, issae. Dá boi pra elas não rei.

  1. “I Can Help” (Billy Swan)

A Super Herói (Canção de Roberto Carlos) do Elvis The Pelvis. Elvis diz que está ali pra tudo, tudo mesmo. Inclusive se a criança da moça precisar de um pai, ele estará lá. Eu posso ajudar, outra parte diz que (quando vou dormir, você é sempre parte do meu sonho). Em alguns temas vemos a semelhança de alguns temas e de tipos de abordagem com o Roberto Carlos. Coisa de rei. Billy Swan o autor da música era amigo de Felton Jarvis, o produtor. Reza a lenda que Felton deu a Billy as meias de Elvis usadas na gravação.

  1. "Bringin' It Back" – (Greg Gordon)

Uma das canções que eu mais gosto do disco que eu mais gosto. (Se eu não puder mais vê-la, se eu não puder mais tocá-la) a letra fala de um amor que já não está mais com a gente. Acontece muito.

  1. “Green Green Grass of Home” – (Curly Putman)

A volta pra casa ao descer do trem, tudo está como antes. A velha casa está de pé, Mary vem descendo a rua. A velha árvore de carvalho, onde (eu) costumava brincar. A canção foi gravada por uma penca de gente. De Tom Jones a Joan Baez passando por Jerry Lee Lewis e Johnny Cash. Ouvi todas, mas prefiro a versão do rei. A versão que impressionou Elvis foi a de Tom Jones.

    Elvis Presley - lead vocals
    James Burton - guitar
    David Briggs - keyboards
    Buddy Spicher - fiddle
    Chip Young - guitar
    Millie Kirkham - background vocals
    Johnny Christopher - guitar
    Weldon Myrick - steel guitar
    Norbert Putnam - bass
    Mike Leech - bass
    Mary Holladay - background vocals
    Tony Brown - keyboards
    Ginger Holladay - background vocals
    Duke Bardwell - bass
    Ronnie Tutt - drums
    Charlie Hodge - guitar, harmony vocals
    Glen Hardin - keyboards
    Jimmy Gordon - keyboards
    Lea Berinati - background vocals


Considerações Finais

Today é um disco oficial, não se trata de uma coletânea, ou seja, Elvis realmente entrou em estúdio para gravá-lo. O disco é de 1975 e impressiona pela qualidade de som. Infelizmente, somente quem tiver a edição em vinil poderá sentir isso. Isso me faz imaginar uma edição em vinil japonês, visto que as edições japonesas são as melhores tanto na parte gráfica quanto na parte sonora. Boa parte dos músicos que participam no disco são membros da TCB Band, banda que acompanhava Elvis em seus shows.

Pra finalizar algumas fotos minhas. Uma perto da jumpsuit que Elvis usa na capa do disco, a foto deve ser da época de 1973, ou 74. As foto foram tiradas na Elvis Experience em 2012 em SP. As outras mostram bem os detalhes das pedras da roupa, o desenho formado pela distribuição das pedras. Outra coisa que é importante ressaltar, é que as jumpsuits só ficam espetaculares quando usadas por Elvis. Qualquer pessoa que se veste com uma jumpsuit, não chega nem perto do que Elvis era, jamais chegará. Na última foto sou eu ouvindo o Elvis Today, em vinil, é claro.

Baratta