segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Pot Luck with Elvis - 1962



Elvis Presley: Pot Luck With Elvis- 1962!!!!

Pot Luck With Elvis, foi lançado originalmente nos Estados Unidos, em junho de 1962, como de costume era o álbum anual de Presley, que não tinha relação com sua carreira no cinema, e apesar da qualidade ele foi considerado um fracasso comercial na época, chegou ao número 4 no  TOP 200 da Billboard, e vendeu cerca de 300.000 cópias, duas vezes menos que a trilha de Girls Girls Girls, e de certa forma decretou por um longo período até 1967, com o álbum How Great Thou Art, de que todos os seus álbuns seriam de trilhas sonoras de seus filmes.
Pot Luck inicia com Kiss Me Quick (Pomus/Schumann), canção gravada em Nashville em junho de 1961, esta é uma canção que fez muito sucesso no Brasil e com certeza é uma das mais emblemáticas dele por aqui, é uma canção com um ritmo curioso, meio mediterrâneo, misturado com o rock dançante típico da época, destaque para os arranjos diferenciados especialmente pelo violão tocado em tremolo, técnica típica das canções napolitanas, e das variações de tempo e logicamente pelo vocal apurado de Presley.
Dando sequencia chegamos a bela Just For Ol’ Time Sake (Tepper/Bennet), esta foi registrada pelo rei em março de 1962 também em Nashville, é uma bela balada com a marca da época de sua gravação, vibrafones, sinos, e a voz de veludo de Elvis embalam, os corações apaixonados nesta pintura de canção.
Gonna Get Back Home Somehow (Pomus/Schumann), gravada em Nashville em Março de 1962, esta é um belo rock, da dupla de compositores, que na época dominavam o catálogo de Presley, a dupla forma uma alternativa, em relação a Leiber/Stoller, que eram nos anos 50 os principais compositores do rei, mas não contavam com a simpatia do Col. Tom Parker, de qualquer forma esta canção é muito interessante, com duas variações de tempo e ritmo, 3 guitarras  atuando em conjunto e um belo duelo vocal entre Elvis e os Jordanaires, com certeza, uma grande canção!!
(Such An) Easy Question (Scott/Blacwell), esta sem dúvida alguma é uma beleza de pop típico da época, facilitado pelo belo arranjo, e pelo clima sexy que Elvis e os Jordanaires criaram, com certeza esta se destaca no disco, registrada em março de 1962 em Nashville.
Steppin’ Out Of Line (Wise/Weisman/Fuller), esta foi lançada aqui, mas foi gravada em março de 1961 na Radio Records em Hollywood, com a intenção de ser usada na trilha de Blue Hawaii, mas acabou por sendo arquivada e usada aqui, uma letra boba beirando o infantil, mas com um ótimo ritmo e um grande solo de sax!
I’m Yours ( Robertson/Blair), esta foi registrada em Nashville em junho de 1961, é uma bela canção com um arranjo que beira o gospel, apesar de ser uma letra secular, destaque para Elvis harmonizando com si próprio nos vocais e pela parte declamada em que Presley mostra uma vez mais, por que é o rei.
Something Blue (Evans/Byron), esta é um dos mais belos e poéticos momentos do rei em estúdio, gravada em março de 1962, Nashville, com um arranjo primoroso, com guitarra e sax lamentando junto com o vocal aveludado do rei, que canta uma letra que fala de um casamento desfeito, existe um take em que a guitarra rítmica faz a introdução com a marcha nupcial, ideia que infelizmente foi abandonada nos takes seguintes, sem dúvidas um momento inigualável.
Suspicion(Pomus/Schumann), esta na opinião deste que vos escreve é a melhor do disco, perfeita e atemporal, com uma letra que fala de forma angustiante de um homem atormentado por suas inseguranças frente a um amor intenso, e com um arranjo único com harpas e vibrafones, além do vocal poderoso de Presley, temos aqui algo maravilhoso, gravada em Nashville em março de 1962. Esta canção foi grande sucesso em 1964, na voz de Terry Stanford, que gravou uma versão inferior a do rei, mas que foi lançada com single, só então a RCA lançou ela em single com Kiss Me Quick, mas o resultado comercial foi bem abaixo do esperado, já que o single saiu em 1964.
I Feel That I’ve Known You Forever(Pomus/Jeffreys), Pomus sem seu parceiro habitual Schumann, bem esta é uma bela canção com um arranjo primoroso, mais uma vez temos sinos, vibrafones, típicos desta época de Presley, aliados ao vocal sempre incrível do mesmo,março de 1962 em Nashiville, belo momento.
Night Rider(Pomus/Schumann), mais uma da dupla dinâmica Pomus/Schumann, bem esta tem uma história interessante a demo que chegou até o rei em outubro de 1961, foi produzida por Phill Spector, Elvis a gravou em Nashville nesta época. Na sessão seguinte em Março Elvis tentou regravar ela, mas não ficou satisfeito e a versão de outubro de 1961 foi a lançada, bem se trata de um rock típico da época dançante e leve, e com um arranjo bem interessante, onde piano e guitarra principal, fazem um belo duelo.
Fountain Of Love(Giant/Lewis), esta tem um arranjo hispânico, com violões flamencos em meio a maracás, curioso que com certeza Elvis apreciava este tipo de canção uma vez que quando ela foi gravada em março de 1962, as canções nada tinham a ver com filmes eram livres de contratos cinematográficos e mesmo assim o rei insistiu em um belo arranjo bem diferente de rock.
That’s Someone You Never Forget( Presley/West) Presley deu o título e seu amigo e guarda costas Red West completou a letra, reza a lenda que Elvis estava pensando em sua mãe quando deu o título a canção, de qualquer forma ela foi gravada em junho de 1961 em Nashiville e tem um arranjo etéreo, muito belo, com um teclado no melhor estilo The Doors, e um belo vocal é uma canção contemplativa!!!
Pot Luck definitivamente é um dos melhores trabalhos de Elvis Presley, e traça um belo panorama de como era o seu trabalho nos idos de 1961-1962, com certeza uma bela experiência ouvir este disco!!
Texto Daniel Tessari

6 comentários:

  1. Valeu Roberto, obrigado pela visita mano.

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  2. Nossa, esse disco é meu sonho de consumo!
    Tem ótimas músicas. Um marco! Mesmo não sendo um grande sucesso de vendas; o que me surpreende muito... mas é um trabalho muito bonito, ao meu gosto rs
    Muito bom texto e muito bem escrito.
    Parabéns!

    Beijos Baratta ;)

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  3. Realmente Simone, o disco é lindo, só a capa que é terrível. No lado esquerdo da capa temos o desenho que mais parece um caldeirão parecido com caldeirão de bruxa de desenho animado. Ao lado direito, tudo indica ser uma foto de Elvis, mas não sei se tentaram (arrumar) o cabelo dele, mas ficou uma coisa estranha, parece uma cuia, rs.
    Beijo do Baratta

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  4. Este álbum é realmente fantástico. Um dos meus preferidos. Eu nunca tive esse disco, mas em 1991, quando eu morava em Brasília-DF, um colega de trabalho também fã de Elvis, Disse-me que havia comprado o LP. Então eu pedi a ele para gravar um cópia pra mim, em K7. Caramba, como eu curti essa fita. Ouvia direto, de manhã à noite, até no trabalho. Por meses essa coletânea embalava meu sono, noite pós noite. Com exceção de "Kiss me Quick", as demais eram novidades para mim. "I’m Yours","Something Blue", "I Feel That I’ve Known You Forever" e "That’s Someone You Never Forget" eram as minhas preferidas. Muito boa lembrança. Aliás parceiro, estar aqui lendo suas postagens é um enorme prazer, pois sempre me remetem a tempos bons, muito significativos para mim. Um forte abraço.

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    1. Verdade Jorge, esse disco é muito bacana. Através de fita K7 eu conheci o box Platinum. Como diria o Roberto (velhos tempos, belos dias rs). Forte abraço.

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